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(Tradução)

IAOD do Deputado Che Sai Wang em 31.07.2023

Alerta para o impacto em Macau da descarga no oceano das águas residuais nucleares do Japão

 

Em 2021, o Governo japonês anunciou a aprovação de um plano para libertar água radioactiva. A Companhia de Electricidade de Tóquio do Japão começou, no passado dia 12 de Junho, a testar o sistema de drenagem da água radioactiva da Central Nuclear de Fukushima Daiichi, planeando despejar as águas residuais nucleares diluídas no oceano, durante 30 anos. O acto do Governo japonês de despejar as águas residuais nucleares no oceano prejudica gravemente o ecossistema marinho, põe em risco a segurança do ambiente natural da Terra e “assassina”, de forma crónica, até a vida e a saúde do ser humano no mundo todo, acto extremamente egoísta e irresponsável.

Segundo os cálculos efectuados pelo Agência Alemã de Investigação Científica Marinha, num prazo de 57 dias a contar da data da descarga das águas residuais nucleares de Fukushima, as substâncias radioactivas vão espalhar-se por mais de metade do Oceano Pacífico; daqui a três anos, os Estados Unidos e o Canadá serão afectados pela poluição nuclear; e, daqui a dez anos, essa poluição nuclear vai espalhar-se pelas áreas marítimas do mundo todo. Em cerca de 140 dias, as correntes oceânicas que transportam poluentes nucleares vão entrar no Mar do Sul da China e no Mar da China Oriental, poluindo grande parte das zonas costeiras da China em dois anos.

Macau é uma cidade costeira e está intimamente ligada ao mar, e não restam dúvidas de que o despejo das águas residuais nucleares do Japão para o mar vai afectar, a longo prazo, a vida e a saúde da população de Macau. O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) afirmou que ia suspender os pedidos de importação de produtos aquáticos, vegetais e frutas de algumas regiões do Japão, e ia exigir a outras regiões do Japão a apresentação de um certificado de inspecção de radioactividade e a aprovação na respectiva inspecção sanitária. Mas, quando as águas residuais nucleares chegam ao mar, o seu impacto é profundo e as consequências são graves, podendo até alterar o ADN do ser humano e causar complicações de cancro, e afectar a segurança das espécies de todo o mundo, uma situação impensável. Com vista a proteger a vida e a segurança dos cidadãos de Macau, o Governo deve prestar atenção aos seguintes aspectos:

Primeiro, a descarga das águas residuais nucleares no mar afecta directamente o ecossistema marinho, o que prejudica a sobrevivência dos operadores locais, nomeadamente, da pesca, aquicultura, cozinha japonesa, hot pot de marisco, etc.; pode ainda influenciar as variações dos preços do marisco, produtos aquáticos e sal, entre outros produtos da cadeia alimentar. O Governo deve preparar-se, antecipadamente, para enfrentar o impacto nos sectores em causa, por forma a evitar uma “vaga de encerramentos” e uma “vaga de desemprego”.

Em segundo lugar, o Governo deve estar mais atento e reforçar o controlo do nível de radiação nuclear na região de Macau e, de acordo com a lista actualizada pela Organização Mundial de Saúde de medicamentos essenciais para incidentes de radiação e nucleares, preparar e armazenar, com antecedência, medicamentos para a prevenção, redução e tratamento da radiação exposta, a fim de prevenir eventuais riscos.

Por último, para além de reforçar o controlo e a fiscalização dos produtos alimentares importados do Japão, deve, ainda, controlar rigorosamente o local de produção dos produtos de cuidados da pele, maquilhagem, limpeza de uso diário, etc., o local de origem das matérias-primas e o nível de radiação. Quanto aos produtos importados de outros países e regiões, deve identificar com cuidado o local de origem das matérias-primas e impedir a entrada de produtos importados que não satisfaçam os critérios exigidos no mercado de Macau, pondo em risco a segurança dos cidadãos locais.

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