2024-11-11 IAOD
José Maria Pereira Coutinho
“A importância na comparação do PIB com FIB”
De acordo com o relatório divulgado no primeiro trimestre do corrente ano pela Associação Económica de Macau, o consumo interno local vai continuar a diminuir devido aos preços competitivos do outro lado das fronteiras.
De facto, não obstante a massa monetária continuar a aumentar devido ao imposto especial do jogo, contudo, a maioria dos cidadãos lutam com enormes dificuldades para pagar as despesas mensais face à diminuição dos rendimentos e nem mesmo conseguem acompanhar os elevados preços dos principais bens essenciais.
As despesas públicas representam um pesado fardo para o erário público e não estão a originar benefícios na empregabilidade. Não basta termos um elevado PIB (Produto Interno Bruto) mas ignorar a felicidade dos cidadãos. É necessário, que o Governo da RAEM atenda às principais preocupacoes dos cidadãos e providencia por exemplo o acesso aos serviços de saúde de qualidade, que a educação, trabalho e segurança estejam igualmente nestes patamares e interligados à sua felicidade.
Para sabermos, se os cidadãos vivem felizes, é necessário apurar, qual o actual índice do FIB (Felicidade Interna Bruta) que comparado com o PIB (Produto Interno Bruto) se consegue apurar a felicidade dos cidadãos sendo este (FIB) de facto, um importante medidor de progresso da RAEM.
São nove, os indicadores que compõem a FIB, desde a existência de bons padrões de vida económica, transparência, integridade e responsabilidade na governança pública, educação e saúde pública de qualidade, vitalidade e dinamismo comunitário, protecção e conservação ambiental, acesso igualitário à cultura, gestão equilibrada de tempo de trabalho e de descanso incluindo o bem-estar psicológico. São com estes indicadores que irão permiter ao Governo conhecer bem a realidade social e as principais razões de (des)contentamento que estão por detrás dos referidos indicadores.
Não nos parece ser elevado, o FIB da RAEM, se levarmos em consideração, os supracitados indicadores e comparadas as estatísticas dos suicídios que têm ocorrido nestes últimos anos e a permanente deterioração do consumo interno.
Vale referir, que o Governo tentou reactivar o consumo interno, mas os resultados foram negativos. O Programa de reactivação chamado “Grande Prémio do Consumo” distribuiu vales de desconto para determinadas zonas da cidade para atenuar o impacto negativo do número elevado de lojas e restaurantes fechados. Mas o insucesso do programa teve a ver com a complexidade do esquema que foi montado que desmotivou muitos consumidores que acharam os montantes bastantes baixos, vales de descontos com prazos muito curtos e de utilização limitada aos fins-de-semana.
Sugerimos ao Governo, que o Programa “Grande Prémio do Consumo” seja substituído por cartões de consumo electrónicos no valor de 8 mil patacas para abranger e beneficiar todos cidadãos principalmente as famílias mais carenciadas e que seja respeitada a vontade da maioria deles de poder consumir livremente no mercado interno estabelecendo limites temporais razoáveis e por aceitáveis.