2024-10-16    IAOD

José Maria Pereira Coutinho

“Sam Hou Fai é a nova esperança dos residentes de Macau”

Com um número bastante elevado de preposituras e de votos, o Sr. Sam Hou Fai foi eleito como Chefe do Executivo (CE) do VI Governo da RAEM.

Assim, formulamos os nossos sinceros votos de sucesso no desempenho deste importante cargo de elevada responsabilidade e que traga prosperidade à RAEM e eleve a qualidade de vida aos residentes, sob a égide dos princípios fundamentais “Um País, dois sistemas” e “Macau governado pelas suas gentes” com alto grau de autonomia e “mantendo-se inalterados durante cinquenta anos, o actual sistema capitalista e a maneira de viver anteriormente existentes” dos seus residentes.

Muitos cidadãos, depositam uma nova esperança no futuro CE e na sua equipa governativa. À sua frente estarão enormes desafios para revitalizar a economia local. Será necessária capacidade, habilidade e competência para resolver os principais problemas que afectam a vida dos cidadãos, desde o desemprego, ao tráfego rodoviário, à qualidade da prestação dos serviços de saúde pública e melhorar a qualidade, eficiência, a eficácia e a transparência dos gastos públicos.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a RAEM com cerca de 700 mil habitantes tem um dos PIB per capita mais elevados do mundo.

Contudo, este PIB é altamente suportado pelos gastos públicos e dos apoios provenientes do erário público às empresas subsídio-dependentes bem como dos investimentos financeiros das empresas dos Jogos em actividades económicas não permanentes e de duvidosa rentabilidade e que neste momento não garantem postos de trabalho estáveis, seguros e duradouros aos residentes.

Aumenta a precaridade do mercado de trabalho derivado de uma variedade de factores político-económicos que aliado à falta de investidores estrangeiros e do interior do continente tem criado enormes problemas de sobrevivência das PME principalmente no sector imobiliário que neste momento se encontra “moribundo”. A crise no sector imobiliário deriva de uma maior oferta de habitação pública face ao envelhecimento da população e os jovens estão a perder a capacidade de poder de compra de uma habitação preferindo muitos deles arrendar e residir no interior do continente.

Vários estudos demonstram que a pandemia de Covid-19 causou um grande impacto nos trabalhadores menos qualificados que estão sujeitos à maior probabilidade de emprego informal. Esta situação de desemprego que é cada vez mais juvenil é igualmente agravada pela desproporcionalidade dos trabalhadores não residentes e dos trabalhadores ilegais que ocupam muitos destes seus postos de trabalho.

A contracção do emprego tem tido efeitos significativos nos cidadãos e as pequenas e médias empresas lutam pela sua sobrevivência. Nos próximos tempos será acérrima a competitividade da indústria do Jogo com as suas congéneres que se encontram localizadas nas regiões adjacentes a Macau a quererem retirar “uma fatia cada vez maior do bolo”.

Concluo dizendo, que a RAEM precisa de se internacionalizar implementando políticas económicas para atracção de investimentos estrangeiros directos lançando uma campanha global de promoção de investimentos sob o lema "Investir em Macau" bem como liderar delegações comerciais ao exterior para promoção de investimentos participando nas principais feiras mundiais de indústrias, turismo e tecnologias e oferecendo nestes locais serviços de consultoria acerca dos assuntos mais importantes nomeadamente os baixos impostos, regras de origem flexíveis, liberalização do comércio de mercadorias e simplicidade dos procedimentos aduaneiros e liberdade na movimentação de capitais e recursos humanos.