(Tradução)
IAOD do Deputado Che Sai Wang em 05.02.2024
Explorar, de forma activa, o método de “win-win” para o desenvolvimento da cidade turística
Com a melhoria contínua da atmosfera turística de Macau, os concertos são uma das actividades de entretenimento mais populares da sociedade actual, e Macau está a receber um grande número de visitantes. Mas, quando estes concertos se realizam numa zona de alta densidade habitacional, os residentes que têm de suportar um ambiente barulhento não ficam muito entusiasmados. A actuação de um popular grupo masculino coreano no Estádio de Macau tornou-se um tema “quente” nos últimos dias. O nosso escritório recebeu muitas queixas de moradores que, uma semana antes do espectáculo, foram forçados a “mergulhar” na poluição sonora. Uma vez que o local é ao ar livre, quer a montagem do palco antes do espectáculo, quer o ruído produzido durante os ensaios, afectaram mais de dez edifícios vizinhos. Os moradores afirmaram que “tanto a casa como os vidros das janelas estavam a tremer”, por isso, mesmo que fechassem as janelas ou usassem isolamento acústico, era inútil. No período nocturno, a altas horas da noite e até às três da manhã, durante o sono, havia sempre barulho.
Por outro lado, muitos cibernautas duvidam da eficácia da Lei do Ruído, achando que as autoridades “podem ignorar a lei, mas com o cidadão comum não é assim” e que a gestão deste incidente foi facilitada, sem terem procedido a uma inspecção rigorosa nem à aplicação de sanções. Ao mesmo tempo, a fim de assegurar o sucesso do espectáculo, as autoridades bloquearam as vias públicas e procederam ao controlo provisório do trânsito nas zonas do Estádio e da Rua do Cunha, o que levou ao encerramento antecipado de muitos lugares de estacionamento e à suspensão do funcionamento de várias paragens de autocarros. Mais, algumas ruas e passagens superiores foram temporariamente encerradas ao trânsito; foi implementada a medida de não tomada e largada de passageiros na estação do Estádio do Metro Ligeiro, que é como se fosse “o encerramento de metade das zonas relacionadas com a vida da população na Taipa", o que constituiu um grande inconveniente para os moradores e afectou gravemente a sua vida normal.
Em articulação com as actividades organizadas por entidades privadas, o Governo deve compreender as necessidades da população. Qualquer cidade turística enfrenta um problema, isto é, como equilibrar o turismo, as actividades culturais e recreativas, e as necessidades quotidianas da população. Assim, é necessário que o Governo se empenhe na comunicação e nos pormenores dos serviços entre a população e as entidades organizadoras de actividades, para conseguir obter o apoio e a tolerância da população, de modo a reduzir ao máximo os factores negativos que afectam a sua vida quotidiana.
Primeiro, aquando da apreciação e autorização dos pedidos para a realização de espectáculos de grande envergadura e escolha do local, o Governo deve ter em conta o impacto que as actividades e os trabalhos preparatórios possam ter nos moradores que vivem nas proximidades e apresentar à entidade organizadora algumas sugestões de outros locais adequados. Segundo, deve elaborar um plano de gestão do trânsito que facilite a deslocação dos residentes e, ao mesmo tempo, ofereça meios de transporte mais rápidos para os participantes que vêm de longe. Terceiro, deve comunicar com as entidades organizadoras, fazer com antecedência uma previsão sobre o fluxo de pessoas e definir o respectivo plano de contingência; caso se realizem actividades diferentes no mesmo recinto, e deve ainda preparar um plano de trânsito conveniente, evacuando as pessoas o mais rápido possível e reduzindo a concentração. Quarto, empenhar-se na criação de um bom mecanismo de comunicação com as pessoas, mantendo uma boa comunicação com os cidadãos e respondendo activamente às suas solicitações e queixas, a fim de garantir que as actividades não constituam um peso excessivo na vida das gentes de Macau, e de alcançar o objectivo de um bom equilíbrio dinâmico, isto é, não prejudicar a vida quotidiana dos cidadãos, alargando as fontes de clientes dos estabelecimentos comerciais de Macau, e ainda reforçando a designação de Macau enquanto “cidade turística” e “cidade de espectáculos”.