INTERPELAÇÃO ORAL
O impacto negativo com a prolongada falta de intérpretes-tradutores das línguas oficiais.
O Programa Político de 2019, do Senhor Chefe do Executivo, consta a promessa de implementar eficazmente as políticas e medidas para a construção da plataforma de serviços de cooperação comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa para ajudar as empresas do Interior da China a expandir o seu mercado nos países de língua portuguesa e simultaneamente ajudar os países de língua portuguesa a entrar no mercado do Interior da China desempenhando o papel de “ponte” para atrair investimentos e recursos. Contudo, nestes últimos anos, muitas empresas locais, empresas do Interior da China e empresas sediadas nos países de língua portuguesa vêm-se aflitas para contratar um intérprete-tradutor afectando a implementação das supracitadas políticas contantes no Programa Político de 2019.
O actual deficit de intérpretes-tradutores tem afectado gravemente as páginas electrónicas de muitos serviços públicos, tribunais e mesmo este hemiciclo quanto à simultaneidade do uso em tempo útil das línguas oficiais. Há situações de atrasos de anos nas traduções bem como páginas electrónicas que nem sequer têm qualquer tipo de tradução ou havendo são páginas “híbridas” como acontece na Universidade de Macau onde se mistura a língua chinesa com inglesa como se a língua inglesa fosse língua portuguesa.
Pelo exposto, venho solicitar ao Governo, que me sejam dadas respostas, de uma forma CLARA, PRECISA, COERENTE, COMPLETA, e em tempo útil, às seguintes questões:
1. Em 2016, o ex-Chefe do Executivo afirmou publicamente que havia uma falta de cerca de duzentos intérpretes-tradutores das línguas oficiais e que a e a supressão desta grave lacuna constituiria uma “tarefa prioritária” para o Governo. Assim, que medidas concretas e eficazes vão ser implementadas para alterar a actual situação de graves atrasos no uso das línguas oficiais quer na documentação quer nas traduções simultâneas e incluindo as páginas electrónicas de muitos serviços públicos, tribunais e mesmo este hemiciclo?
2. Desde 2019 até a presente data, qual foi o papel concreto desempenhado pelo “Centro Internacional Português de Formação em Interpretação de Conferência” da UPM, com responsabilidades na formação de talentos em língua portuguesa e elevação da qualidade dos recursos humanos no exercício das suas profissões com vista a colmatar as graves lacunas de falta de intérpretes tradutores das línguas oficiais? Quais os resultados concretos do referido “Centro” que tem por objectivos reforçar a cooperação bilateral, no contexto das iniciativas chinesas “Uma Faixa, Uma Rota” e da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, para formar professores de língua portuguesa para o território, a China e a Ásia, elevar o nível do ensino de interpretação e ajudar Macau a continuar a desempenhar o papel de plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países lusófonos e que planos concretos estão programados para o ano de 2024?
3. Desde 2006, que a Direcção-Geral da Interpretação da União Europeia (DG SCIC) dispõe de um programa de formação com a Região Administrativa Especial de Macau para aumentar o número de intérpretes qualificados da administração pública bilingues (português, cantonês e mandarim) e cooperando igualmente com a Universidade Politécnico de Macau na assistência pedagógica nos programas de mestrado em interpretação e das acções de formação de formadores. Assim, perguntamos, que actividades e acções de formação estão programadas para o ano de 2024?
O Gabinete do Deputado à Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau aos 06 de Dezembro de 2023.
José Pereira Coutinho