IAOD do Deputado Che Sai Wang em 08.08.2023
Pormenorizar o desenvolvimento da economia de feiras em prol do desenvolvimento urbano
Com a recuperação gradual da economia e do turismo, cada vez mais turistas vêm a Macau para visitar os pontos turísticos mais famosos, clássicos e representativos, como o Hotel Lisboa, as Ruínas de S. Paulo, e a Fortaleza da Guia, entre outros. Ao mesmo tempo, o Governo tem organizado várias actividades, incluindo mercados noturnos e feiras, na esperança de atrair mais turistas através das especialidades gastronómicas típicas, do artesanato, dos produtos culturais e criativos únicos, e dos espectáculos de música local, com vista a promover o desenvolvimento da economia comunitária local e das indústrias culturais e criativas.
As feiras são um novo modelo comercial que atrai muitas pessoas e estão na moda. Têm vantagens comerciais únicas, como rendas baixas e alta tolerância às falhas, e não servem apenas para as primeiras tentativas de jovens empreendedores com ideias, também lhes proporcionam novos rumos e caminhos para o emprego; e com a adesão da nova geração de empreendedores, estão a transformar-se em incubadoras de novas oportunidades de negócio. Estamos sempre a encontrar nas feiras produtos culturais e criativos como o "Perfume de Macau", as placas para decoração com nomes das ruas de Macau e até joalharia artesanal, o que demonstra a prosperidade da economia de feiras e das indústrias culturais e criativas de Macau.
A cultura é a alma e a marca distintiva de qualquer cidade. Macau tem preservado a essência histórica do intercâmbio cultural de mais de 400 anos entre a China e o Ocidente, e o multiculturalismo que aqui se formou é fruto do intercâmbio, da complementaridade e da coexistência das culturas chinesa e ocidental. Os produtos culturais e criativos lançados pelos empreendedores da nova geração ligam as culturas chinesa e portuguesa à economia, o que permite a transmissão da nossa cultura única e também o desenvolvimento da economia através da sua comercialização. A participação nas feiras de Macau é decidida por sorteio, mas, depois da selecção, alguns comerciantes “compram produtos online e revendem-nos a preços elevados”. Por isso, proponho que seja reservada uma maior percentagem das bancas para os excelentes criativos locais, e que seja dada prioridade aos que promovem produtos originais e característicos de Macau, para os incentivar e lhes dar mais oportunidades de expansão para o exterior, elevar o seu entusiasmo criativo, e promover e estender a influência da cultura multicultural de Macau na nova geração. Desta forma, mais turistas podem ter contacto com, conhecer e comprar produtos culturais e criativos característicos de Macau, o que contribuirá para impulsionar o desenvolvimento e a prosperidade do turismo e das indústrias culturais e criativas locais.
As feiras têm-se desenvolvido rapidamente e são cada vez mais populares, e, com certeza, vão desenvolver-se de forma sofisticada, com qualidade e com características próprias. Neste sentido, as feiras de Macau têm de deixar de ser locais onde os visitantes apenas podem “comer, beber e divertir-se”, devem antes apresentar conteúdo único que se articule com o posicionamento da cidade, com a fusão das culturas chinesa e portuguesa e com o futuro desenvolvimento de Macau, pois só assim é que vão continuar a florescer e será possível reavivar a prosperidade dos mercados de Macau.