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JOSÉ PEREIRA COUTINHO

Deputado à Assembleia Legislativa e Presidente da Direcção da ATFPM

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2022-12-12    IAOD

José Maria Pereira Coutinho

A política de COVID19 de “oito ou oitenta”

 

O “oito ou oitenta” é uma expressão popular na língua portuguesa utilizada para definir coisas de extremos, ou seja, ou tudo ou nada e que muito bem se aplica às medidas radicais e extremistas de confinamento a que fomos sujeitos nos últimos três anos com quarentenas exageradas e exigências testes nucleicos de forma arbitrária a toda população, em contraste com as aparentes intenções de relaxamento.

Recentemente, as autoridades competentes disseram que vão relaxar as medidas relativas ao Covid19 e aceitar a realidade de ter de conviver com vírus. Mas em contraste e incompreensivelmente estão neste momento a agravar essas medidas com a exigência de testes diários quer na entrada quer na saída da RAEM. Mais escandaloso é a contradição entre o relaxamento e o facto de nestes últimos dois dias terem sido agravadas as medidas de controlo sanitário quer na entrada e saída das pessoas na maioria dos casinos, estabelecimentos hoteleiros, restaurantes, transportes públicos etc. e etc. Estas restrições são implementadas sem que as autoridades competentes se preocupem de justificar perante a população a base científica das decisões, a não ser para justificar o escoamento final dos “stocks” ainda existentes para testes de ácido nucleicos.

Muitos cidadãos questionam a implementação destas novas regras de testes quase diários aos residentes que vivem em Zhuhai e que transpõem diariamente as fronteiras para cá trabalhar, incluindo os trabalhadores não residentes causando enormes inconvenientes e transtornos familiares. As autoridades competentes dizem que vão relaxar, mas por outro lado agravam com novas regras que são mais rígidas e pouco atractivas aos turistas do estrangeiro que queiram vir à RAEM.

Ninguém percebe, porque os residentes de Macau vindos do estrangeiro, e provenientes da RAEHK, têm de permanecer três dias nesse território enquanto os seus residentes (RAEHK) desembarcados do mesmo avião podem ir directamente para suas casas. Que base científica suporta este tipo de decisões? Ninguém compreende, porque ainda continuam a dificultar as pessoas na aquisição de bilhetes nos transportes terrestres de regresso a Macau provenientes de Hong-Kong e muitos perguntam quando serão retomadas as carreiras marítimas entre os dois territórios?

Devido à nova política de relaxamento ao Covid19, muitos cidadãos perguntam quando serão eliminados os códigos de Saúde (verde, amarelo e vermelho) e se existe uma calendarização para a sua não exigência. Também muitos cidadãos perguntam quando serão implementadas quarentenas de 0 a 0. 

A RAEM para poder sobreviver  e os cidadãos possam viver em paz e estabilidade social têm de regressar rapidamente à normalidade semelhante ao período antes do aparecimento do Covid19,  eliminando-se as restrições que não tenham suporte científico, facilitando a vinda dos residentes e estrangeiros quer por via terreste, marítima e incluindo a via aérea adicionando-se mais rotas aéreas para diminuir o custo elevado dos preços dos bilhetes de avião que quase são explorados de uma forma monopolista por uma e outra companhia aérea.

Finalmente, para dizer, que há muito tempo sabíamos que o vírus se tornava cada vez mais transmissível, mas cada vez menos letal, mas infelizmente esta realidade não foi acompanhada de forma proporcional com o relaxamento das medidas sanitárias, pelo contrário foram agravando-se, não obstante todos nós sabermos que teríamos de aprender a conviver com ele com toda a normalidade.

Por isso, o mais importante, é correr contra o tempo, para imunizar rapidamente o maior número de pessoas, principalmente os idosos, como está acontecendo em todo o mundo e que Macau volta a normalidade vivendo com o “novo normal” com toda a normalidade!

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