NOTA À IMPRENSA
Assunto: Conselho Regional na Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades Portuguesas - Encontro com Associações de Matriz Portuguesa
No prosseguimento dos contactos para auscultação de opiniões a instituições da RAEM, a Presidente do Conselho Regional na Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades Portuguesas, Rita Santos, acompanhada pelo seu assessor, Rui Marcelo, promoveu, no dia 16 de Junho de 2022, reuniões com várias Associações locais de matriz Portuguesa.
Esta iniciativa, a cuja solicitação gentilmente acederam os diversos convidados, contou com a presença de Amélia António, Presidente Casa de Portugal em Macau (CPM), Miguel de Senna Fernandes, Presidente da Associação dos Macaenses (ADM), e António Monteiro e Paula Carion, respectivamente Presidente e Vice-Presidente da Associação dos Jovens Macaenses.
Nestes encontros, que tiveram como base as reuniões de trabalho que a Conselheira das Comunidades Portuguesas, Comendadora Rita Santos, manteve no dia 23 de Junho do corrente ano, através de videoconferência, entre o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo e os membros do Conselho Regional da Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades Portuguesas, e que irá manter entre 4 a 19 de Julho, na visita a Lisboa, à reunião anual do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CP-CCP), a ter lugar na Assembleia da República, onde irá manter contactos com várias autoridades governamentais, foram abordados diversos temas de índole cultural, social e económica, que afectam as comunidades e interesses que representam na Região Administrativa e Especial de Macau.
A Dra. Amélia António assinalou as dificuldades financeiras por que atravessa a instituição a que preside, devidos aos obstáculos burocráticos associados aos apoios de que a Associação depende, resultante do abrandamento da economia local, provocado pela pandemia, em 2020. Daí que, e apesar do constante apoio do governo de Macau, seja fundamental continuar a transmitir às autoridades responsáveis em Portugal, a importância do apoio institucional às actividades da Casa de Portugal de Macau, associação que congrega os residentes em Macau de nacionalidade Portuguesa e os amigos interessados na cultura Portuguesa de qualquer nacionalidade.
Num ambiente informal, proporcionado pelo Lusitanos, um espaço cultural, criativo e gastronómico, localizado na Casa de Vidro do Centro Comercial Tap Siac, e gerido pela Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau, a Presidente da CPM aproveitou a ocasião para descrever as diversas actividades organizadas pela Associação, e a complexidade do seu planeamento, devido à mencionada imprevisibilidade dos apoios, ilustrada nos diversos trabalhos produzidos, e em exposição, pela Escola de Artes e Ofícios, autênticas obras de arte que reflectem as características deste entrecruzamento de culturas.
Em destaque, estiveram também a necessidade de promover o intercâmbio entre instituições, como forma de apoio às actividades da CPM, a renovação dos contractos dos portugueses no território, a necessidade de aumentar a participação de Portugueses nas acções do Fórum de Macau, permitindo assim promover a diversificação e sustentabilidade das actividades económicas da RAEM, e intensificar as relações entre a China e Portugal, e a importância da definição de uma política cultural para Macau.
O Presidente da Associação dos Macaenses (ADM) comunga de algumas preocupações expressas pela Presidente da CPM, nomeadamente a notória dificuldade em Portugal em interpretar as características de Macau e as especifidades dos Portugueses de Macau.
Nesta reunião, o Dr. Miguel de Senna Fernandes aproveitou para enaltecer o esforço da comunidade Macaense, e seus representantes, na manutenção da identidade cultural de origem Portuguesa, que ao longo de mais de 5 gerações desempenha um papel essencial na promoção da cultura e laços comerciais entre Portugal e a China Continental, Macau e Hong Kong, e o trabalho desenvolvido pelas diversas institituições de matriz Portuguesa, onde se incluem a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), associação fundada em 1871 e que tem como missão promover a educação dos jovens de Macau, e a que também preside, e o Dóci Papiaçám di Macau, companhia de teatro, fundada em 1993, da qual Miguel é director, encenador e guionista, e que tem como principal objectivo a defesa e divulgação do Patuá de Macau.
O Presidente da ADM realçou também a importância do papel diplomático que o Consulado de Portugal representa na promoção das relações entre Portugal e a China, e na transmissão dos anseios da comunidade Portuguesa em Macau, e das instituições que a representam, pelo que é fundamental que lhe sejam garantidas as condições para continuar a desempenhar o seu papel, com qualidade e dignidade.
Neste contexto, aproveitou também para destacar a necessidade das instituições Portuguesas continuarem a apostar no território como plataforma de investimento Português na China, para além de sugerir a promoção de intercâmbios de conhecimentos e formação em áreas especificas em que o Território pudesse beneficiar da experiência Portuguesa.
Em termos culturais, e artisticos, referiu ainda a importância do Festival da Lusofonia em Macau, um evento patrocionado pelo Governo de Macau, e que realça Macau como plataforma de intercâmbio cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa, em que o principal objectivo é homenagear as comunidades lusófonas, residentes em Macau, pelo seu contributo para o desenvolvimento do território, pelo que Portugal deveria intensificar o apoio a este tipo de actividades, pelo desígnio que representam.
A Associação dos Jovens Macaenses, através do seu Presidente e Vice-Presidente, completaram o leque de dirigentes associativos que gentilmente decidiram partilhar os seus anseios, aspirações e objectivos futuros. António Monteiro é o novo presidente da Comissão Directora da Associação dos Jovens Macaenses (AJM), eleita no início do segundo trimestre de 2022. Acompanhado de Paula Carion, uma das vice-presidentes, delinearam as suas prioridades para as actividades da Associação para este ano, acentuando a preservação da identidade cultural de Macau como uma importante linha orientadora, pelo que consideravam de fundamental importância a ligação com os jovens da diáspora Macaense, algo que poderá ser facilitado através do desenvolvimento de uma plataforma tecnológica para o efeito.
Reconhecem, para além deste desiderato, a necessidade de expandirem as suas actividades para áreas abrangentes do interesse dos jovens da comunidade, tais como a economia, o desenvolvimento e a tecnologia, em complemento da sua componente cultural, no âmbito da estratégia actual do desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.
A Presidente do Conselho Regional na Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades Portuguesas tencionava ainda manter contactos com outras instituições de matriz Portuguesa. No entanto, e devido às restrições impostas pela pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), este objectivo teve que ser adiado para uma ocasião mais apropriada.
Mas, na qualidade de Presidente da Assembleia Geral da ATFPM (Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau), ainda teve oportunidade de se reunir com os novos corpos gerentes desta Associação, eleitos em Março deste ano, para lhes comunicar o trabalho desenvolvido por esta instituição, nomeadamente no acompanhamento dos cidadãos Portugueses na resolução de assuntos relacionados com a sua actividade profissional, onde se inclui a redução do impacto resultante do longo periodo de quarentena, na organização e realização de actividades culturais e recreativas, e de actividades para jovens empresários locais, encetando contactos com as associações de jovens empresários de Portugal, em apoio às actividades da Associação dos Jovens Macaenses, concretizando o papel de plataforma de Macau nas relações entre a China e Portugal, para o estabelecimento de um intercâmbio comercial, económico e cultural, no apoio ao Consulado Geral de Portugal em Macau, na prestação de informações aos cidadãos Portugueses sobre assuntos relacionados com a nacionalidade e renovação de documentos, nos contactos com Universidades de Portugal, relacionados com a continuação de estudos superiores, para jovens do ensino secundário local, para além da solicitação ao Governo para que fosse atenuado o periodo de confinamento, para quem pretendesse regressar ao Território, após deslocação ao exterior.
Gabinete do Conselho das Comunidades Portuguesas no Círculo China, Macau e Hong Kong, aos 26 de Junho de 2022.