ATFPM DIRECÇÃO

JOSÉ PEREIRA COUTINHO

Deputado à Assembleia Legislativa e Presidente da Direcção da ATFPM

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IAOD do Deputado Che Sai Wang em 09.06.2022

 

Aliviar as dificuldades na procura de emprego dos finalistas dos últimos anos e acelerar a formação de talentos, tendo em conta o mercado de trabalho

 

O Secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, afirmou que os mapas do passado nem sempre conseguem levar-nos para os futuros destinos, portanto, devemos repensar e reposicionar. Mas, desde o retorno à Pátria, tanto no presente como no futuro, na RAEM existe apenas um governo, por isso, o caminho do futuro depende da atitude e das práticas inovadoras do governo da RAEM.

 

Desde a eclosão da epidemia, eu e o deputado José Pereira Coutinho recebemos diariamente centenas de pedidos de ajuda através do Wechat, Facebook, WhatsApp, entre outras plataformas sociais, dos quais a maioria provém de estudantes graduados. Queixam-se de não conseguirem emprego ao fim de dois ou três anos após a graduação. Houve ainda alunos que se inscreveram no “plano de estágio”, mas, como o plano dava prioridade aos finalistas sem experiência profissional, os que estavam a trabalhar a tempo parcial tiveram de se despedir para se poderem inscrever, mas, ao fim de 3 meses de estágio, não receberam qualquer notícia, ficando desempregados até à data, quando mais estudantes já saíram das universidades.

 

Devido ao impacto da pandemia, a economia está em baixa, por isso muitos graduados estão desempregados, e depois optam por trabalhar na entrega de comida ou em lojas que vendem refrigerantes de chá, empregos que não correspondem à sua formação. Mais, muitos estudantes inscreveram-se no “dia aberto da feira de emprego” organizado pela DSAL, mas os postos de trabalho disponíveis eram apenas para lavagem de loiça e segurança, não correspondendo aos cursos de formação da sua graduação. Mais, a maior parte destes postos exigem dois a três anos de prática profissional e esta exigência dificulta a vida das pessoas que não têm experiência de trabalho, dando a impressão de que querem que eles saiam da feira de emprego por saberem, de antemão, que não reúnem os requisitos.

 

 

É claro que os nossos graduados podem fazer trabalhos com menos importância, mas, do ponto de vista da reserva de quadros qualificados, o futuro desenvolvimento de Macau necessita deles e os actuais graduados, que vão agora ingressar na sociedade, são os futuros quadros qualificados, mas é necessário dar-lhes tempo de formação profissional, um processo de longo prazo e contínuo, não podendo ser desviado desde o princípio ao fim do decorrer do seu desenvolvimento.

 

Face ao exposto, proponho o seguinte:

 

1. O Governo deve criar um mecanismo aperfeiçoado de procura de emprego para a formação de estudantes universitários, devendo continuar a ser da responsabilidade desses estudantes compreender as suas aspirações de emprego alguns anos após a graduação, e exigir que as empresas e departamentos relevantes tomem a iniciativa de combinar os graduados com empregos que correspondam às suas profissões, de acordo com as suas vagas de emprego internas e a procura da formação de talentos.

 

2. O Governo deve implementar procedimentos adequados para apoiar os candidatos a um emprego, não podendo ignorá-los depois de terminarem as acções de formação e de receberem os subsídios de formação. O Governo tem ainda a responsabilidade de ajudar os candidatos a encontrarem as suas empresas até ocuparem os respectivos postos de trabalho, e só assim é que se pode encerrar este processo de apoio.

 

3. Até ao momento, 17 500 residentes de Macau aderiram ao sistema de registo de dados de talentos da Comissão de Desenvolvimento de Talentos, dados que não reflectem a situação real do desenvolvimento de talentos de Macau. A Comissão deve tomar a iniciativa de recolher dados sobre potenciais talentos para enriquecer a sua base de dados. Ao mesmo tempo, deve cooperar com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, no sentido de separar, de forma detalhada, os talentos e as funções de diferentes níveis, integrando plenamente as informações profissionais valiosas dos sectores público e privado, para que os talentos de todos os níveis possam ser mobilizados na sua plenitude. É necessário então aproveitar bem os recursos humanos de Macau e evitar a sua fuga.

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