INTERPELAÇÃO ESCRITA
Pretende-se que com a integração do Plano de Desenvolvimento Quinquenal da RAEM para os anos 2016 a 2020 no 12º Plano Quinquenal Nacional de Desenvolvimento seja construído um Centro Mundial de Turismo e Lazer no sentido de elevar a qualidade de vida dos residentes de Macau.
Um dos principais bens essenciais de consumo diário dos residentes de Macau e que tem muito a ver com o estar-estar da população relaciona-se com a qualidade da água que cada vez mais os residentes se queixam que a água da torneira é intragável!
Há mais de uma década que cerca de 96% da água bruta de Macau é importada da região adjacente de Zhuhai sendo o principal fornecedor o Sistema Sul que extrai água de “Gua Ding Jiao” do canal “Mo Dao Men”, composto pelo Reservatório “Zhu Xian Dong”.
Para que a água importada ou extraída dos reservatórios locais seja adequada para consumo humano, é necessário tratá-la correctamente para deixá-la pronta para o consumo, ou seja a existência de água potável própria para consumo dos seres humanos.
Ora no mundo actual, e especialmente nesta região do delta do rio das pérolas, são lançados na natureza numerosos e variados venenos bactérias e virus (provenintes das indústrias, agricultura, ou uso humano), pelo que se impõe que sejam efectuados numerosos testes para verificar se, após os tratamentos, tais produtos tóxicos – pelo menos os mais conhecidos e de aparecimento mais frequente - se encontram dentro de limites aceitáveis.
Acontece que, além de um deficiente tratamento a água também pode tornar-se não potável por contaminação na canalização pública (2ª possibilidade) ou nos depósitos de água dos prédios (3ª possibilidade) (uma 4ª possibilidade poderá ser a contaminação já dentro dos edifícios, mas aí o trajecto da água é pequeno).
A água da SAAM, à saída da estação de tratamento da Ilha Verde é analisada no Laboratório do IACM para verificar se o tratamento é adequado; e em duas torneiras da cidade - na Rua de Santa Clara, em Macau, e na Rua do Regedor, na Taipa, para despistar a segunda possibilidade (contaminação na rede).
Entretanto a inspecção dos depósitos dos prédios que se torna indispensável para assegurar a coerência de todo o sistema, não está prevista nas atribuições do IACM a não ser a pedido dos interessados.
Assim sendo, interpelo o Governo, solicitando, que me sejam dadas respostas, de uma forma CLARA, PRECISA, COERENTE, COMPLETA sobre o seguinte:
1. Os parâmetros analisados no Laboratório do IACM cobrem todos os indicados pela OMS? Ou apenas parte desses parâmetros? Tem o Governo a intenção de determinar que de futuro sejam realizadas análises mais completas?
2. Considera o Governo razoável existirem apenas dois locais de colheita de água na rede pública? Porque não são efectuadas colheitas em Coloane e no Cotai?
3. Considera o Governo razoável não serem efectuadas inspeções (ainda que de forma aleatória) aos depósitos de água nos edifícios? Tem o Governo a intenção de efectuar de futuro tais inspeções?
O Deputado da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau aos 20 Junho de 2016.
José Pereira Coutinho