ATFPM DIRECÇÃO

JOSÉ PEREIRA COUTINHO

Deputado à Assembleia Legislativa e Presidente da Direcção da ATFPM

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IAOD do Deputado Leong Veng Chai em 30.06.2014

 

 

      Em 2009, aquando do décimo aniversário do retorno de Macau à Pátria, o ex-Presidente do Estado, Senhor Hu Jintao, ofereceu dois pandas à RAEM, mas infelizmente a “menina” Sam Sam, de apenas seis anos de idade, faleceu no passado dia 22, notícia que surpreendeu a população, para quem o facto é difícil de aceitar assim de repente. 

 

      O Governo despendeu 90 milhões em 2010 para construir o Pavilhão do Panda Gigante, cujas obras foram concluídas em apenas seis meses, a ritmo sem precedentes, quando comparadas com as outras obras públicas. Foi ainda criado o Fundo dos Pandas, responsável pela gestão de receitas e despesas de funcionamento, de modo a proporcionar um ambiente seguro e confortável a essas criaturas. O cuidado dedicado aos pandas pelo Governo é mais do que suficiente, mas, para nossa surpresa, a Panda Sam Sam morreu somente com um pouco mais de três anos de vivência em Macau, o que nos leva a desconfiar se Macau é propício para a vida dos pandas. Regra geral, os pandas criados em cativeiro duram, em média, 25 anos de idade, e os selvagens, 15 anos de idade. Em vários países e regiões, incluindo a Alemanha, o Japão e Hong Kong, a vida dos pandas pode atingir 15 anos ou mais, o que equivale a 45 anos de um ser humano. É de facto muito estranho que a panda em Macau tenha morrido subitamente aos 6 anos.    

 

      Os cidadãos entendem que se tratou de um incidente demasiado imprevisto, dado que antes da sua ocorrência não houve notícia nenhuma sobre o estado da panda, a não ser quando se tornou num facto consumado, ou seja, a morte da panda, o que dificilmente é aceite pela população.

 

      Desde há longo tempo que a nossa economia tem vindo a depender unicamente da indústria do jogo. Os dois pandas oferecidos pelo Governo Central a Macau representam uma oportunidade para a diversificação das nossas indústrias. No entanto, nos últimos três anos, tal oportunidade não foi bem aproveitada, visto que o Pavilhão dos Pandas não faz parte dos pontos turísticos do território.

 

      O Chefe do Executivo afirmou, há dias, que ia pedir ao Governo Central para nos oferecer um outro panda, cuja intenção, parece-me, que é só para fazer um “par”, sem se ter em conta ou sem se reavaliar a nossa situação, no sentido de saber se reunimos ou não as devidas condições, tais como o ambiente, as técnicas e os recursos para a criação de pandas. Para o efeito, exorto o Governo da RAEM a proceder a um estudo detalhado, e a não tratar a vida dos animais como uma brincadeira de crianças.

 

 

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