Resoluções superficiais
Hoje Macau 4 Abr 2011
Reacções ao pacote de medidas anti-inflação
Mais importante do que subsídios e comparticipações pecuniárias o essencial é cortar o mal pela raiz e controlar a especulação imobiliária. É esta a opinião unânime de deputados e académicos do território em relação às medidas de apoio social anunciadas na sexta-feira pelo Executivo.
José Pereira Coutinho explica que a inflação sobe por causa da especulação imobiliária e a entrada de liquidez no território proveniente do continente para especular as fracções imobiliárias o que, consequentemente, altera os preços nas vendas das casas de Macau. Por isso, o deputado eleito por sufrágio directo defende que o Governo precisa de tomar medidas concretas capazes de diminuir o problema, como “a hasta pública de mais terrenos para o sector privado” e a construção de mais habitações económicas “com o valor de construção controlado pela Administração”.
Coutinho afirma que a subida dos preços dos bens essenciais de consumo já não será tão controlável, portanto o que se pode fazer para diminuir os problemas das pessoas mais desfavorecidas, “que todos os dias têm de ir à compras e compensar o dinheiro que recebem das magras pensões ou salários baixos”, é aumentar a pensão de risco. Mas para o deputado 300 patacas é pouco.
O deputado considera que a subida do índice mínimo de subsistência (risco social) de 2.640 para 3000 patacas “é insuficiente” para colmatar as dificuldades da população desfavorecida. “O valor devia ser alterado para 5000 patacas no mínimo, para que as pessoas possam viver com dignidade”, atira. Apesar de tudo, Coutinho considera que os aumentos “não estão direccionados para uma política a médio e longo prazo”. “Vêm ao sabor das ondas e estando Macau num reino de tanta fartura, com os cofres a abarrotar de dinheiro, devia planear-se para o futuro. É isto que Macau não está a fazer.”
O deputado diz que é necessário criar produtividade e seguir o exemplo de Hong Kong atraindo investimentos e recursos humanos “de qualidade”. “Só num período de 20 dias já foram despachados cento e tal pedidos de recursos humanos provenientes do Japão, quadros válidos, para ajudar Hong Kong. Macau vê os navios a passar”.