Desde o estabelecimento da RAEM que a qualidade de vida da maioria dos residentes de Macau tem diminuído muito, nomeadamente o aumento da poluição do meio ambiente e sonoro, a subida vertiginosa da maioria dos principais bens alimentícios com subsequente perca do poder de compra, o monopólio das principais actividades económicas tais como a energia, gás, e alimentos de primeira necessidade, para além da gritante falta de um novo hospital público.
O número de pedidos de ajuda para entrada nos lares e asilos para idosos recebidos por este gabinete tem aumentado de mês para mês, cujas famílias lutam com enormes dificuldades de encontrar um asilo ou lar decente e com qualidade para colocar os seus entes mais queridos. Com o aumento da população idosa, engrossa também a lista de espera para à entrada nos asilos e lares para idosos. Contudo, nos últimos anos, praticamente não foram construídos novos asilos e lares públicos, obrigando a que muitos dos nossos idosos tivessem sido obrigados a passar a residir no interior do continente. Por outro lado, subiu vertiginosamente os custos de mensalidade por cada vaga nos lares e asilos locais e que estão muito fora do alcance e capacidade financeira dos idosos e suas famílias.
A situação neste momento é muito mais preocupante, quando se tratam de idosos acamados que exigem acompanhamento pessoal de um assistente, onde de facto praticamente não existem vagas quer nos asilos públicos quer nos privados.
Enquanto a lista de espera aumenta, surgem outras dificuldades relacionadas com a pobreza escondida porque o pouco dinheiro acumulado não a ser suficiente para poder sobreviver com dignidade.
Assim sendo, interpelo o Governo, sobre o seguinte:
1. Devido ao aumento da lista de espera para entrada dos idosos querer nos lares públicos quer nos privados e aliado aos elevados preços das vagas dos asilos privados, quando vai o Governo construir mais lares para idosos a fim de evitar que os mesmos sejam forçados a residir nos lares para idosos nas regiões adjacentes? Pensa o Governo, a médio prazo, instituir um sistema de apoio financeiro a fim de diminuir as dificuldades e sofrimentos não só dos idosos e seus familiares?
2. Como pensa o Governo resolver o problema dos idosos acamados que pretendem ser apoiados mas que neste momento quase que ninguém quer saber deles?
O Deputado à Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau aos 30 de Janeiro de 2009.
José Pereira Coutinho