A Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) vem por este meio divulgar o seguinte:
1. No dia 24 do mês de Outubro do corrente ano, foram despedidos ao mesmo tempo e de forma extremamente injusta 6 (seis) trabalhadores da Obra Social da Polícia de Segurança Pública de Macau, alguns deles após terem trabalhado mais de uma dezena anos na cantina das FSM localizada nas Portas do Cerco.
2. Os despedidos, (Wong Sou, Lei Chan Chong e Pou Veng Sang) trabalharam na referida Obra Social a mais de 12 (doze) anos, tendo os restantes trabalhadores (Pun Pak Hong, Lao Sut I, Ng Ken Loi) iniciado as suas funções em 2004 e 2005 respectivamente. Dito por outras palavras, são de facto trabalhadores de longa duração que dum dia para outro ficaram sem emprego para poder sobreviver.
3. A principal justificação dada para o despedimento colectivo teve a ver com o facto de ter sido alterado a escala de serviço. Acontece, que as alterações à escala de serviço foram sempre do conhecimento prévio de todos os seus superiores hierárquicos, nomeadamente do supervisor que sugeriu inclusivamente ser esta a forma mais conveniente para dar vazão à carga de trabalho devido à falta de trabalhadores. E foi sempre esta a forma de trabalho desde o estabelecimento da RAEM.
Pelas razões acima expostas, achamos ser extremamente injusto, que a maioria dos responsáveis da cadeia hierárquica venha agora ignorar as suas responsabilidades, sacudindo-as para o pessoal de nível inferior.
Estas alterações, continuam a acontecer na cantina da Obra Social localizado na Rua Afonso de Albuquerque sem que ninguém alguma vez tenha posto em causa estes procedimentos.
4. Os trabalhadores despedidos, hoje presentes nesta conferência de imprensa são todos de idade média, naturais e residentes há várias gerações em Macau, têm família para sustentar, despesas fixas para pagar por mês, e filhos a frequentar o ensino universitário.
5. Com a taxa de inflação a rondar os dois dígitos já no final do ano e o desemprego com a tendência de aumentar devido ao abrandamento da economia, julgamos que este despedimento colectivo é uma medida pouco acertada porque somente contribui para aumentar a nossa taxa de desemprego.
Por outro lado, este pode ser um exemplo muito negativo para as empresas privadas que poderão aproveitar para despedir da mesma forma os trabalhadores locais mantendo contudo os trabalhadores não residentes a fim de não perderam a respectiva quota de importação.
Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau a 05 de Novembro de 2008.
P’ela Direcção
José Pereira Coutinho
Presidente